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VELHO (Álvaro). ROTEIRO da Viagem que em Descobrimento da India pelo Cabo [...]
  • VELHO (Álvaro). ROTEIRO da Viagem que em Descobrimento da India pelo Cabo [...]

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    VELHO (Álvaro)
    ROTEIRO da Viagem que em Descobrimento da India pelo Cabo da Boa Esperança fez Dom Vasco da Gama em 1497. Segundo um Manuscripto coetaneo existente na Bibliotheca Publica Portuense. Publicado por Diogo Kopke [...] e o Dr. Antonio da Costa Paiva. Porto: Na Typographia Commercial Portuense, 1838.

    XXVIII, 184, [12] pp., retrato de Vasco da Gama, facsimile do manuscrito desdobrável, 1 portada alegórica, 1 mapa desdobrável. Encadernação com lombada em pele da época; lombada decorada com títulos e ferros de motivos vegetais a ouro; ligeiramente aparado; primeiros fólios com restauro afectando ligeiramente o texto; no restante, limpo e bom exemplar.

    PRIMEIRA EDIÇÃO, muito rara daquele que é o relato coevo da viagem de Vasco da Gama à Índia. A obra é tradicionalmente atribuída a Álvaro Velho de quem se sabe pouco. Sobre ele apenas existem duas referências por Valentim Fernandes no seu Manuscrito, afirmando que um tal Álvaro Velho, homem do Barreiro, havia passado oito anos na Guiné, “facto que talvez explique, não só a interrupção do diário, mas também que a sua redacção tenha sido feita após a viagem, provavelmente nos primeiros anos do século XVI” [cf. DHP].
    No prólogo ao texto original, tenta atribuir-se a autoria do Roteiro a partir de uma leitura crítica do mesmo e do texto de Castanheda. Segundo este estudo, o autor do diário terá sido um simples soldado ou marinheiro que pertencia à tripulação do navio de Paulo da Gama, irmão de Vasco da Gama e que acompanhara este na audiência em Calecut com o Samorim. Dos que fizeram parte dessa audiência, Castanheda dá conta de alguns nomes e, após um exercício de exclusão, é atribuída a autoria a Álvaro Velho deixando, no entanto, uma declaração expressa de

    “não passar isto de mera conjectura fundada nas ante-postas premícias, de que Castanheda sabia quem era este auctor e que a reconhecida veracidade do infatigável Historiador do Descobrimento da Índia não o desemparou nas citadas passagens”. [p. XVIII]

    José Marques [cf. Roteiro da Primeira Viagem de Vasco da Gama à Índia, Leitura crítica, notas e estudo introdutório por José Marques, Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Porto, 2000] também corrobora a tese autoral de Kopke e Costa Paiva, acrescentando ainda mais dois argumentos. O primeiro, a referência a uma pretensa semelhança entre Alcochete e uma povoação africana em frente a Melinde, relembrando que Álvaro Velho foi natural do Barreiro; o segundo, o facto de Álvaro Velho não ter recebido qualquer recompensa de D. Manuel I que agraciou todos os sobreviventes da viagem, o que se justifica pela ausência do autor do Roteiro em terras da Guiné e da Gâmbia [p. 19].
    Ainda sobre a autoria, merece uma breve nota o facto de Barbosa e outros atribuírem a obra ao próprio Vasco da Gama, dando notícia de um suposto manuscrito intitulado Relação da Viagem que fez à Índia em o anno de 1497 e até que haveria sido impresso segundo indicação de uma das fontes citadas pelo bibliógrafo [cf. Prólogo, p. X]. O autor do prólogo a esta primeira edição do Roteiro identifica esse suposto manuscrito com o que foi aqui publicado, atribuindo o engano da autoria ao título que se encontra no códice – Roteiro… por D. Vasco da Gama – e cuja redacção gramatical pode, de facto, levar ao engano.
    O texto que se publica nesta obra é transcrito, como já referido, de um códice manuscrito proveniente da colecção do mosteiro de Santa Cruz de Coimbra e integrado na colecção da Biblioteca Municipal do Porto com o número 804. Trata-se de uma cópia simples que Kopke e Costa Pavia datam, sem grande hesitação, de início do século XVI através da sua leitura paleográfica. No entanto, merece ressalva o facto de este método ter uma margem de erro de algumas dezenas de anos, pelo que a data desta cópia poderá ser bastante mais tardia.
    Independentemente da autoria e data da obra, bem como da datação da única cópia sobrevivente, é certo tratar-se do mais antigo, original e fiável registo coevo da viagem de Vasco da Gama. Atesta essa importância saber que Castanheda se deve ter servido deste manuscrito como fonte principal para a redacção do primeiro livro da sua História do Descobrimento e Conquista da Índia, “pela maior parte quasi literalmente copiado da relação” [p. XVIII], mas é pela sua leitura que percebemos o seu real valor, nomeadamente pelas descrições bastante precisas da viagem que dão conta, por exemplo, das boas informações que a armada possuía até ao ponto onde Bartolomeu Dias havia chegado uma década antes e dos muitos problemas que a partir desse ponto apareceram, principalmente a partir de Mombaça. Referência ainda aos apêndices que ocupam os fólios finais do códice que contêm breves referências a alguns reinos orientais, listas de preços correntes das mercadorias de maior interesse para os portugueses – Calecute, Coleu, Caell, Chomandarla, Ceilão, Samatarra, Xarnauz, Tenacar, Bengala, Malaca, Pegu, Bengala Conimata, Pater – uma lista de preços das especiarias em Alexandria – canela, cravo, gengibre, noz moscada, laca, incenso, etc. – e, por fim, uma primeira lista de termos portugueses com a correspondente versão na linguagem de Calecute.
    Acresce ao interesse do texto desta primeira edição a valiosíssima introdução de autoria dos editores. Como facilmente se comprova ao compulsar os diversos estudos introdutórios em edições posteriores, esse texto é, ainda hoje, a principal referência pelo rigor crítico com que está escrito, dando um extraordinário contributo para a historiografia dos descobrimentos portugueses.
    A presente edição está ilustrada com uma estampa desdobrável com o facsimile da letra manuscrita, marca de água e suposta assinatura de Fernão Lopes de Castanheda; um mapa desdobrável da derrota de Vasco da Gama que foi uma das primeiras tentativas de marcar com o rigor possível a verdadeira direcção da armada; uma gravura alegórica que reproduz uma suposta medalha que D. Manuel havia mandado cunhar e, finalmente, um retrato de Vasco da Gama que, segundo indicação dos editores, foi executado por João Baptista Ribeiro a partir de uma estampa gravada por D. J. da Silva que, por sua vez, se serviu de um óleo na posse de D. F. Francisco de Brito, Arcebispo de Goa, baseado no retrato que existe na sala dos Governadores.

    ¶Inocêncio, v.1, p.52; Samodães, 2911; Dicionário de História de Portugal [DHP], v. 6, p.265

    350,00 €Preço
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